JAGANATHA
Jaya Jaganatha!negro-azul-safira-cujo-olho-tudo-vê!Não tem pés e é mais rápidodo que o vento;não tem mãose pode tocaros nove mundos.Jaya Jaganatha!negro-azul-safira-cujo-olho-tudo-vê!Ele é mais...
View ArticleRETRATO
Para Edward Hopper Mulher de chapéu amarelosentada na mesa circulardo café à beira da estrada;cabeça inclinada, olhosvoltados para a xícaraem hora qualquer da noiteestrelada. Casaco verdede mangas...
View ArticleNOZ
Para Marc Chagall Quando um estranhoflutuou no palito de fósforoembebido de si mesmo contando os peixes do céucom os dedos de uma só mão.Quando um estranhoembebido em teu sexolavou os cabelos com...
View ArticleNO LIMITE DA COR
Para Francis Bacon HOMEM-CARANGUEJOolhos borrados de azulorelhas talvez de matéria sintética, para não ouvir nunca mais, nunca maisa música macerada do amor.Lábios escuros, costuradospara o silêncio...
View ArticleYAMA
À memória de Rubens Jardim Quando Yamaraja, o deus da morteo mestre dos labirintosrecebe a alma de um poetaas azaleias nascem ao contrário;as águas azulíssimas dos rios tingem-se de açafrão escuroe...
View ArticleO CAVALEIRO DO MUNDO DELIRANTE
Para Murilo Mendes& a resistência palestina IRosa de nenhumalua.Caminho só numa noite escuracom os cabelos já esbranquiçadose as mãos trêmulasmudas.O relógio é inútilcomo um pássarocegoperdido em...
View ArticlePOEMA CONFESSIONAL N. I
Eu poderia ter dito apenas vermelhouma cartaé o que menos se esperaou o mapa da luaaberto no escritórioenquanto mísseis voam sobre Gazateu corpo fragmentadoem um dois três cinco segundospedaços de...
View ArticlePOEMA CONFESSIONAL N. II
Penso em teu sexoem tua caveira abertarepousada na mão esquerdade um filósofo louco.Penso em tuas pernas abertasmais claras ou mais escurasdo que em todos os mundos possíveis.Penso com o corpo, a...
View ArticleELEGIA PARA UM LOBO
O que posso dizer enquanto queo lobo multiplicadoem lobosou aquele que nasceu embaixoda árvoree fala o idioma dos lobosse talvez entretanto ou quase.O que posso dizer enquanto queo lobo é a árvore ou...
View ArticlePELE
A noitenasceem teu umbigo,uma luaem cada mamilolua cheialua novalobas uivandono triânguloinvertido.Olho de gatoobservano espelhoo reflexode um sorriso. Poema inédito de Claudio Daniel, 2024
View ArticleÀ MANEIRA DE KLIMT
A mulher é infinitaYasunari KawabataI Meia-lua para iniciar um poema;letra v entre as coxaserguendo relâmpagos. II Considere esta mulher deitada,a mão direitaentre os joelhose o antebraço (esquerdo)na...
View ArticleBALARAMA
Jade-branco-alvíssimapele lunar luz de clara lunaolhos negros como a noite dos temposnoite negro-azul do mais profundo azul.Ele, o branco negro branco azulinfinito azul sem cor do infinito breutem...
View ArticleO AZUL
Para Claude Monet lago de azul-opiário-azul-equinócio azul mais azulino azul //azul não azul-ferreteazul não azul-da prússiaazul em tons de turquesa-azul (azul em tons de malaquita-azul)nas folhas de...
View ArticleZUNÁI: VINTE ANOS DE GUERRILHA NO CIBERESPAÇO
Claudio DanielZunái, Revista de Poesia e Debates (https://www.revistazunai.org/), comemora vinte anos de guerrilha virtual no ciberespaço. Criada em 2003 por Rodrigo de Souza Leão, Ana Peluso e por...
View ArticleDAMODARA
Onde começaonde terminao vento?Onde começaonde terminaa curva brancada lua?Onde começaonde terminaa cintura divinade Krishna?Ele está aqui, ali,além, em toda parte;nenhuma cordapode atar o...
View ArticleGOVARDHANA
Menino azulergue a colinacom o dedo mínimode uma só māo.Nuvens de chuvanāo podem molharnem um punhadode areianem a cabeçade um alfinetenem a pegadado macaco. Indra, o orgulhosodeus da chuvaque venceu...
View ArticlePALO DE LA LUNA
Existes tão fundo em mimLobo Antunes Ojos de mi amorojos que se multiplicancomo olas y pájaros Manos de mi amor:manos interminablesen mis cabelos Senos de mi amor:senos incomprensibleshacia el más...
View ArticlePRIMEIRA CANÇÃO IMPRONUNCIÁVEL
Para Horácio Costa Eu morei muito tempo em uma casa estranhacasa-coruja, casa-caracolcasa-ouriço-do-marsituada a dois passosdo beco-do-nunca-vistoperto do parque da caveiraonde os relógios são...
View ArticleTERCEIRA CANÇÃO IMPRONUNCIÁAVEL
Penso em teu sexoem tua caveira abertarepousada na mão esquerdade um paleontólogo louco.Penso em tuas pernas abertasmais claras ou mais escurasdo que em todos os mundos possíveis.Penso com o corpo, a...
View ArticleDÉCIMA SEGUNDA CANÇÃO IMPRONUNCIÁVEL
Árvores corcundasem um jardim de escuros.Onde os dedos; não, onde os olhos; não, onde os lábios; não, onde o onde sereias ou morteirosbruxas desenterradasou jaspeados cogumelos. Tatuagem esse...
View ArticleSRI CHAITANYA MAHAPRABHU
Meu Senhor de Olhos de Lótusé mais belo do que as águasdo rio Yamuna;é tão belo que atrai a Si mesmocom a Sua belezao mais belo de todos os belos;Tua sombra é mais misteriosado que as águas do rio...
View ArticleRISO, RAIO, TRAVESSIA
(Cadáver delicado) FloresLambemFogo de Marte aquecem nossos horizontes de um azul cloro de piscina amarelo cinza e prata esverdeado. O arco- íris das opalinas abraça horizonte. Vítreas úveas...
View ArticleCANÇÃO IMPRONUNCIÁVEL V
Why is the name changedGertrude Stein A memória é um vermeque rói a carnee as sombras. É sempre a extremacicatriz; mundo desmundo sempre a excessiva intensidade da voz. * ** Luz, ou reflexodo inferno?...
View ArticleSÉTIMA CANCÃO IMPRONUNCIÁVEL
VII Soft as the massacre of SunsBy Eevening’s Sabres slain.Emily Dickinson Um filósofo faminto é como um poeta que come nacos de nuvem. Observa espelhos coelhos, limbos, cabeças de alfinete ou folhas...
View ArticleDÉCIMA PRIMEIRA CANÇÃO IMPRONUNCIÁVEL
Para Reynaldo Jimènez Tão imensamente tudo(ou quase). Amor (é) onde cérberosdevoram cérberos:flores brancas (da lua)apodrecem (em jade)sombrasde mono-carvoeiros.Seria talvez canção:firula ou...
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